viernes, noviembre 15, 2024

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A esperança de um arquetípico brasileiro

Era o dia 2 de junho de 1970. Aos pés do Monumento do Ipiranga, marco do nascimento do Brasil como nação indepentente, Dr. Plinio elevava seu coração até o trono de Nossa Senhora Aparecida, Rainha e Padroeira deste País, e afirmava uma vez mais sua esperança no glorioso porvir que Deus tem reservado para a Terra de Santa Cruz e toda a América Latina. Assim se exprimiu ele:

“Rezemos para que o Brasil realize a vocação maravilhosa que lhe foi assinalada desde o primeiro dia de sua existência.

“Com efeito, a partir da proclamação da Independência, desde os preâmbulos da história brasileira, Nossa Senhora da Conceição foi considerada padroeira desse povo. Quis a Providência Divina que, neste território imenso onde Ela depositou toda espécie de riquezas, uma riqueza maior do que todas as outras fosse posta. Tesouro trazido pelos nossos ancestrais quando, após memoráveis navegações, implantaram aqui a Fé Católica Apostólica Romana, fundamento sacrossanto da Civilização Cristã, de toda ordem verdadeiramente perfeita e digna do nome de ordem. Este imenso País, habitado por um povo imenso, tão homogeneamente dotado de uma fé imensa, foi constituído para a imensidade dos grandes ideais.

“Proclamemos esses ideais, proclamemo-los não de pé, mas de joelhos, na colina histórica do Ipiranga, pedindo a Nossa Senhora que o Brasil realize a favor da Civilização Cristã tudo aquilo que estava nas intenções da Providência que ele realizasse, quando a voz de D. Pedro I bradou Independência ou morte!, e do alto do Céu, Vós, minha Mãe, destes ao novo Brasil vosso primeiro sorriso materno.

“Harmoniosamente coexistentes com os países da América Latina, formamos o bloco do futuro, o bloco imenso de nações sempre fiéis — com fraquezas talvez, que Nossa Senhora perdoará, porque Ela é a Mãe de toda misericórdia —, o bloco gigantesco que, estou certo disso, será, para glória da Civilização Cristã, a grande potência do século XXI.

“Carregando os tesouros das tradições do nosso passado, com os olhos voltados para o futuro, com o coração dilatado por toda a América Latina, rezaremos para que se tornem realidade os desígnios de Maria Santíssima, da Imaculada Conceição, nesta terra que d’Ela foi desde o primeiro momento em que começou a existir.”

Tal esperança, Dr. Plinio fazia questão de frisá-lo, não era um sentimento gratuito nem meramente patriótico, mas baseado na sua lúcida compreensão dos melhores predicados do seu povo, ao se deixar modelar pela Fé católica:

“Sou brasileiro, e arquetipicamente um brasileiro. Como composição de sangue, não se pode sê-lo mais do que eu. Ora, quando corresponde à graça divina, o brasileiro pode fazer de si o que sinto no meu íntimo, quer dizer, tornar-se um homem capaz de tocar um olifante e convocar os povos para regenerar a face do mundo.

“Sou este brasileiro, não por méritos ou esforços pessoais, mas pela bondade de Nossa Senhora que me auxiliou ao longo da vida, sustentando-me e concedendo-me graças para modelar meu espírito de acordo com a vontade d’Ela. Sou assim, porque a Santa Igreja me ensinou a ser assim. Se todos os brasileiros tiverem a mesma disposição de alma, cumprindo o estrito dever de atender aos planos de Deus, seremos esta nação prodigiosa.”

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