Estátua em parque municipal da cidade de Quebec, Canadá

Para Dr. Plinio, a Contra-Revolução não pode ser um movimento nas nuvens, que combata fantasmas; antes, tem de ser inteiramente atual, moderna, empregando todos os meios lícitos, com planejamento e perspicácia, em sua esmagadora reação contra o mal.

Em que sentido a Contra-Revolução é uma reação?

“Se tal é a Revolução, a Contra-Revolução é, no sentido literal da palavra, despido das conexões ilegítimas e mais ou menos demagógicas que a ela se juntaram na linguagem corrente, uma ‘re-ação’. Isto é, uma ação que é dirigida contra outra ação. Ela está para a Revolução como, por exemplo, a Contra-Reforma está para a Pseudo-Reforma” (p. 95).

Nobreza dessa reação

De onde procede a nobreza e importância da Contra-Revolução?

“Deste caráter de reação vem à Contra-Revolução sua nobreza e sua importância. Com efeito, se é a Revolução que nos vai matando, nada é mais indispensável do que uma reação que vise esmagá-la. Ser infenso, em princípio, a uma reação contra-revolucionária é o mesmo que querer entregar o mundo ao domínio da Revolução” (p. 95-96).

Face aos adversários de hoje

A Contra-Revolução deve combater apenas inimigos do passado?

Longe de combater fantasmas e adversários nas nuvens, a Contra-Revolução deve conhecer a Revolução como esta se apresenta no século XXI e enfrentá-la em suas mais diversas manifestações

“Importa acrescentar que a Contra-Revolução, assim vista, não é nem pode ser um movimento nas nuvens, que combata fantasmas. Ela tem de ser a Contra-Revolução do século [XXI]1, feita contra a Revolução como hoje em concreto esta existe e, pois, contra as paixões revolucionárias como hoje crepitam, contra as idéias revolucionárias como hoje se formulam, os ambientes revolucionários como hoje se apresentam, a arte e a cultura revolucionárias como hoje são, as correntes e os homens que, em qualquer nível, são atualmente os fautores mais ativos da Revolução. A Contra-Revolução não é, pois, um mero retrospecto dos malefícios da Revolução no passado, mas um esforço para lhe cortar o caminho no presente” (p. 96).

Moderna, com argúcia e planejamento

Em que consiste a modernidade e integridade da Contra-Revolução?

“A modernidade da Contra-Revolução não consiste em fechar os olhos nem em pactuar, ainda que em proporções insignificantes, com a Revolução. Pelo contrário, consiste em conhecê-la em sua essência invariável e em seus tão relevantes acidentes contemporâneos, combatendo-a nestes e naquela, inteligentemente, argutamente, planejadamente, com todos os meios lícitos, e utilizando o concurso de todos os filhos da luz” (p. 96-97)2.

1) “XX” no original, pois Dr. Plinio escreveu essa obra em 1959.

2) Para todas as citações: Revolução e Contra-Revolução, Editora Retornarei, São Paulo, 2002, 5ª edição em português.