Inicialmente destinadas aos seus seguidores mais jovens, as conferências de Dr. Plinio que ficaram conhecidas pelo sugestivo nome de “Santo do Dia”, nasceram em 24 de fevereiro de 1963. Nessa data, comentou ele a vida do Apóstolo São Matias, atendendo ao pedido de alguns ardorosos e dedicados filhos. Um destacado discípulo, anos depois, assim recordaria o começo daquelas reuniões tão favorecidas pelas bênçãos de Maria Santíssima, de cujos conteúdos dão-nos mostra diversos artigos estampados nessas páginas:

“Todos os dias da semana, à noite, Dr. Plinio fazia uma conferência para os membros mais velhos do movimento, versando sobre temas variados. Essas palestras terminavam perto da meia-noite, e os que dela haviam participado permaneciam na sede onde elas tinham lugar, e ali ficavam conversando por mais algum tempo. Ora, alguns membros mais jovens se esgueiravam no meio deles, a fim de tomar conhecimento dos assuntos tratados por Dr. Plinio e se beneficiarem das graças que, pelo rogos de Nossa Senhora, a Providência tinha concedido a todos na reunião daquela noite.

“Pouco depois, estabeleceu-se um sistema de gravação, por meio do qual as conferências eram registradas em fita magnética e esta, no dia seguinte, estava à disposição dos que quisessem ouvir.

“Certa vez, porém, um daqueles discípulos mais jovens, tendo a oportunidade de se encontrar a sós com Dr. Plinio, cumprimentou-o e este lhe disse, com a afabilidade paternal que o caracterizava:

“— Então, meu filho, gostaria de me perguntar algo?

“— Não é bem uma pergunta, e sim um pedido que desejamos fazer ao senhor.

“— Pois faça.

“— Alguns de nós, mais novos, costumamos chegar à sede após as conferências do senhor, para podermos nos inteirar dos temas tratados e, assim, nos ‘alimentarmos’ do bem espiritual que as palavras do senhor nos fazem.

Desconhecendo esse pormenor da vida do grupo, Dr. Plinio se surpreendeu e, com desvelada solicitude, disse:

“— Ora, essa! Mas, vocês são ou não meus filhos?

“— Sim! Temos o senhor como pai!

“— Então me diga: vocês teriam como permanecer na sede, sem inconvenientes, trinta minutos depois de meia-noite?

“— Sem nenhum problema.

“— Ótimo. Faremos assim: vocês chegam no horário de sempre e, quando terminar a reunião para os mais velhos, eu peço que lhes chamem e fazemos um breve comentário, por exemplo, sobre a vida do santo comemorado naquele dia. Estaria bem?

“— Oh, mas seria excelente, Dr. Plinio!

“— Então ficamos combinados. Vocês fariam o favor de providenciar uma ficha com os dados biográficos do santo, e nós, à medida que formos lendo, vamos ressaltando os aspectos mais dignos de consideração.

“Na noite seguinte, festa de São Matias Apóstolo, começaram as conferências que passaram para a nossa história com o nome de Santo do Dia.”

(Extraído de relato em 16/2/1997)