Dr. Plinio (também no destaque) junto com seus companheiros da Congregação Mariana de Santa Cecília: “Estava encaixado em outro ambiente...”

Nessa data, o então noviço Plinio Corrêa de Oliveira era recebido como membro pleno da Congregação Mariana de Santa Cecília, na qual ingressara pouco depois de participar do Congresso da Mocidade Católica, em setembro do ano anterior.

Para ele, representava não apenas um passo decisivo na sua entrega fervorosa ao serviço da Igreja, como também o corajoso triunfo sobre os preconceitos vigentes naquela época — notadamente no seu âmbito social — contra a prática da religião por parte de um jovem. Assim descreveu ele, certa feita, esse importante momento de sua gesta católica:

Pertencentes a essas altas camadas da sociedade, as pessoas de meu círculo de relações também ignoravam tudo a respeito da progressiva influência da Igreja sobre a juventude da minha época. Eu mesmo, antes de participar do Congresso da Mocidade Católica, nunca tivera notícia da existência de rapazes fervorosamente católicos na cidade onde eu havia nascido.

Quando as pessoas de meu meio viram emergir do chão um vigoroso movimento de jovens católicos, pouco noticiado pelos jornais, mas do qual eu lhes dava conhecimento em nossas conversas, ficavam espantadas. Cientes de minha retidão moral, essas pessoas se davam conta da veracidade de tudo o que eu lhes narrava, entendiam bem o significado dos termos “moços católicos”, e compreendiam que a era das mentiras havia terminado.

Minha nova conduta e atividades eram notadas, sobretudo, não tanto por meus parentes — os quais, afinal, tinham comigo a intimidade da vida de família — mas pelos conhecidos, colegas de faculdade, amigos de escola ou do tempo do Colégio São Luís. Estes, por exemplo, surpresos me viam entrar na igreja de Santa Cecília junto com os congregados marianos que, com raras exceções, pertenciam em geral a classes mais modestas. Eu com o distintivo, uma fita azul, cantando no meio dos congregados, dirigindo-me aos bancos reservados a eles, percorrendo as estações da Via-Sacra nas laterais do templo ou rezando o Rosário no meu tercinho de porcelana.

Atitudes dessas tornaram notório em pouco tempo, para a sociedade de São Paulo, que eu tinha mudado completamente de vida e me encontrava encaixado em outro ambiente…