Às vésperas da Festa de Nossa Senhora da Luz, em 1975, Dr. Plinio oferecia-se como vítima nas mãos da Santíssima Virgem a fim de que sua Obra, toda dedicada à Contra-Revolução, tomasse novo vigor sobrenatural. Cerca de trinta e seis horas depois, seu oferecimento era avidamente aceito, sofrendo ele um grave acidente de automóvel.

Levado por uma moção interior da graça a oferecer-se em sacrifício pela causa contrarrevolucionária, provavelmente Dr. Plinio não tenha relacionado este sublime ato com a data em que era realizado. Contudo, como ele mesmo comentara em anos anteriores,1 a invocação de Nossa Senhora da Luz está intimamente ligada à Contra-Revolução:

Essa é uma invocação lindíssima! Porque Nossa Senhora foi quem gerou a Luz. A Luz do mundo é Nosso Senhor Jesus Cristo. Ele é a Luz que brilhou nas trevas e estas não O conseguiram envolver, nem impedir que fosse visto pelo mundo.

Nossa Senhora da Luz é Nossa Senhora enquanto foco da Luz. Ela não é a Luz, mas é o meio pelo qual a Luz chega até nós. Ela é a portadora da Luz.

Entretanto, Ela, de algum modo, é a luz. Em que sentido? Há luzes de Nosso Senhor que Ele só dá a quem muito especialmente invoca Nossa Senhora; e Ela parece tão iluminada com a Luz que vem d’Ele, que quase se diria ser Ela mesma a Luz. Por isso nós todos podemos cantar como a Igreja canta: “Ave Virgo gloriosa, ex qua mundo lux est orta — Ave, ó Virgem gloriosa, da qual saiu a Luz do mundo” 2.

Devemos pedir a Nossa Senhora que encha a nossa alma desta luz, evitando as trevas da Revolução. A Revolução é o negrume, o erro, o vazio, o crime, o mal. Nossa Senhora da Luz é Nossa Senhora da Contra-Revolução. As trevas que procuram abarcar a luz e impedem que essa luz brilhe, essas são as trevas da Revolução. A luz que racha a treva e que alegra os homens, essa luz é a Contra-Revolução. Ela é a nossa luz. Ela toda refulge de luz.

Que Nossa Senhora da Luz, nossa Auxiliadora nas trevas interiores, faça raiar em nossas almas esta luz de uma confiança invencível na realização da nossa vocação, no cumprimento da nossa missão, que é a concretização da vitória da Causa Católica, por meio dos auxílios que Ela nos dá em todas as circunstâncias.

1) Conferências de 8/9/1970 e 24/5/1971.

2) Da antífona mariana Ave Regina Cælorum – Ave Rainha dos Céus.