Haverá uma cor adequada para o Brasil? Qual?
Certo dia, estando na chácara de um amigo em Belo Horizonte, vi cair de uma árvore várias mangas – aliás, muito gostosas – de uma coloração meio dourada, meio rosada, e pensei: “O colorido dessa fruta não exprime uma certa suavidade e nobreza a que deve tender a mentalidade brasileira, se ela for fiel à linha de perfeição espiritual a qual foi chamada a alcançar?” E me pus logo outra questão: uma reflexão como essa tem relação com a vida interior ou é inteiramente neutra, gustativa e sem consequências?
Partindo da ideia de que as cores, como certas combinações cromáticas, podem exprimir estados de espírito e possuir uma relação íntima com a virtude, chega-se também à conclusão de que uma determinada combinação de cores pode fazer mal a um povo e incentivar a virtude em outro.
Da reflexão a respeito das cores de frutas poder-se-ia passar para tons de água, por exemplo. Então, para um Estado do Brasil cujo mar seja de uma beleza especial, seria muito bonito pensarmos numa bandeira cuja cor possua os reflexos daquele mar.
Meditações como essa provêm de um bom espírito, são frutos da graça e conduzem à manifestação de algo virtuoso, com vistas a dar glória a Deus e fazer bem às almas.
Assim, um assunto a respeito do qual almas sem fé manteriam uma conversa banal, almas com fé sabem relacionar isso com a psicologia dos homens e analisar se está ou não de acordo com a Moral, levando o espírito humano a considerações de ordem muito alta.
(Extraído de conferência de 17/2/1990)
