Acima: Dona Lucilia e Dr. João Paulo, pais de Dr. Plinio; à direita: o Conselheiro João Alfredo Corrêa de Oliveira

Quando o menino Plinio, saído de um ambiente familiar marcado por sólidos valores e costumes cristãos, viu-se de súbito diante de um mundo cada vez mais influenciado pelos hábitos fáceis da mentalidade dita “moderna”, esse choque determinou nele a decisão perene e irrevogável: “Aconteça comigo o que acontecer, eu serei a favor do bem contra o mal. Serei, portanto, a favor da Igreja Católica Apostólica Romana, da pureza, da compostura, da hierarquia. Esses valores se confundem comigo, a eles devotarei minha existência.”

A seguir, nas próprias palavras de Dr. Plinio, a descrição de suas primeiras lutas, dos fundamentos de sua piedade e de seu encontro com o ideal católico que ele abraçaria de toda a alma.

Sou brasileiro por todos os lados. Não tenho em minhas veias outro sangue além do português, umas três ou quatro longínquas gotas de sangue espanhol e um pouquinho de índio, pois eu descendo muito remotamente, pelo lado paterno, de uma índia chamada “Salta-riacho” e, pela parte materna, de duas índias apelidadas respectivamente Mécia-açu e Mécia-mirim1.

Minha família

Minha família paterna é procedente do Estado de Pernambuco. Dela, a única pessoa que teve alguma influência sobre a formação de minha mentalidade foi meu pai, Dr. João Paulo Corrêa de Oliveira, sobrinho do Conselheiro João Alfredo Corrêa de Oliveira, que foi governador de Pernambuco e depois ministro da justiça no gabinete do Visconde do Rio Branco, no tempo do Império. Posteriormente, João Alfredo se tornou presidente do Conselho de Ministros e, por sua iniciativa, a Princesa Isabel promulgou a “Lei Áurea”, que extinguiu a escravidão no Brasil.

“Sou brasileiro por todos os lados, descendente, nas minhas famílias paterna e materna, de homens que se destacaram na história do País ”

Fotos: Arquivo revista

Quando comecei a dar acordo de mim, meus primeiros contatos temperamentais e emotivos foram com a família materna. Considerada a grande união que eu tinha com minha mãe, Dª Lucilia, evidentemente o ambiente no qual ela vivia teve muito mais nexo com a formação de minha mentalidade.

Os Ribeiro dos Santos vieram de Portugal para São Paulo no tempo de Dom João VI. Era uma família em lenta e constante ascensão social e econômica. Na época do Império, ocupou boas posições e produziu alguns homens de destaque. Depois, no tempo da República, foi fecunda em produzir figuras eminentes para o círculo doméstico — advogados e fazendeiros — e também alguns políticos.


Ao lado, da esquerda para a direita: tio-avô, avós e uma tia-avó de Dr. Plinio

Formado num ambiente de tradições católicas

Outro fundo de quadro de minha educação foi o resto de tradição católica recebido de minha família, a qual não era nem mais nem menos religiosa que o conjunto das famílias tradicionais de São Paulo. Essa tradição brasileira — ainda com muito do calor e do sabor do Ancien Régime e da Idade Média — habituou-me a ver na Igreja Católica a própria base e alma desta ordem de coisas, e preparou-me para considerá-la com Fé incondicional, submissa, alegre e total, e com a admiração sem limites que, por graça obtida através de Nossa Senhora, até hoje possuo.

Declaro com enorme contentamento: tudo quanto possa haver de bom em mim provém da Fé católica, que recebi como tradição, pois o catolicismo vivia nas almas das pessoas que constituíam o ambiente no qual me formei. A fonte verdadeira e viva de todo o bem é a Igreja Católica Apostólica Romana, com a submissão ao Santo Padre, Vigário de Jesus Cristo na Terra.

Essa influência católica recebeu um apoio especialíssimo em minha primeira infância, através do convívio com minha mãe. Afirmo isto de todo o coração, pois eu a queria tanto quanto um filho pode querer sua mãe.

Em mamãe, paz de alma e cumprimento do dever

As primeiras impressões que se tem a respeito das coisas são as mais vivas. Quando me lembro dos momentos em que comecei a prestar atenção em mamãe, tomei consciência da sua relação especial comigo e senti-me envolvido por seu trato e sua personalidade. Percebo que a sensação que ela me causava, embalando-me em seu colo, foi a mesma ao longo da sua vida, até ela exalar o último suspiro. Era uma impressão luminosa, forte, dulcíssima e estável.

“Beneficiei-me da influência católica recebida no meu ambiente, de modo especial por parte de minha mãe ”

Fotos: Arquivo revista
Dona Lucilia aos 30 anos

Havia no fundo de sua alma uma paz decorrente da convicção de estar seguindo o caminho que devia trilhar, e isso lhe dava uma tranqüilidade de consciência admirável. Eu nunca a vi agitada com coisa nenhuma. Por outro lado, era de uma intransigência completa, exigindo que tudo estivesse inteiramente bem. Não tolerava qualquer mal e analisava as coisas com seriedade, não pelo seu eventual aspecto divertido ou engraçado. Por fim, ela possuía tal retidão que nunca a vi mentir, procurar fazer um sofisma ou enganar alguém; ela dizia para todos a verdade como era. Também desempenhava seu dever até o último ponto que fosse preciso, como, por exemplo, o de ser afetuosa para comigo.

Um menino com idéias de justiça e elevação

Repassando as mais remotas lembranças que conservo de mim mesmo, ou seja, como menino de dois ou três anos, recordo-me de ter então certas idéias de justiça, de direito, de elevação, de sublimidade, as quais a graça pode sugerir muito prematuramente a uma criança. E Nossa Senhora me favoreceu, desde pequeno, concedendo-me um bem definido senso de justiça. Por essa razão, embora fosse eu de gênio bastante afetivo, percebendo que a justiça havia sido violada, logo entrava em campo para reivindicá-la e fazê-la prevalecer.

O choque de mentalidades no Colégio São Luís

A primeira grande luta de minha vida e o grande encontro meu com a Igreja se deram com a minha entrada na Colégio São Luís. Com efeito, pouco depois de ter ingressado nesse estabelecimento, notei que se criou um isolamento em torno de mim. E não me foi difícil perceber que essa atitude para comigo se devia ao fato de eu ter tido uma educação conservadora e, por muitos aspectos, conforme aos bons ditames da moral católica. Em suma, eu havia tido uma formação contra-revolucionária, tratava as pessoas com cortesia e muita distinção, o que desagradava às maneiras revolucionárias que foram sendo introduzidas no convívio humano após a Primeira Guerra Mundial.

Na primeira viagem à Europa, antes de eu completar 4 anos, deram-se comigo alguns fatos dos quais mamãe, até na sua extrema ancianidade, guardava comprazida recordação.Fotos: Arquivo revista

Fotos: Arquivo revista
Acima: A Berlim imperial; à esquerda: Igreja de Saint-Germain-l’Auxerrois, Paris
Fotos: Arquivo revista
Plinio e Rosée, em Paris (1912)
Fotos: Arquivo revista
Teatrinho do Rond-Point

Por exemplo, naquela época havia em Paris o Rond-Point, uma praça ajardinada em forma circular, cortada por várias avenidas, ente elas a famosa Champs-Élysées. Tratava-se de um lugar muito pitoresco, sobretudo porque ainda era pouco freqüente o uso de automóveis, e a maior parte das pessoas se deslocava a cavalo. Então passavam por ali em belas montarias, ajaezadas com muito bom gosto, ou em elegantes charretes. E pitoresco, também, pelos teatrinhos de marionetes que se erguiam entre os arvoredos, apresentando os mais variados espetáculos para quem ia passear e se espairecer por lá. Um deles era especialmente voltado para o público infantil, que sempre lotava as sessões.

Eu era um desses assíduos espectadores e, na minha juveníssima idade, não tinha clara noção das coisas, atribuindo uma certa realidade à cena que se desenrolava no palco. O resultado é que, quando o enredo não me parecia correto, eu intervinha. Fazia-o de modo particular durante uma peça que eles apresentavam, na qual um boneco com forma de crocodilo discutia com outro que representava um sacerdote, dizendo ter o direito de devorá-lo. Estávamos numa época de anticlericalismo muito forte, e os injustos argumentos do crocodilo eram todos nessa linha. Indignado, eu me levantava e dizia, em francês:

Le méchant crocodile, je proteste! Ce n’est pas vrai! Il faut défendre le curé! (Crocodilo malvado, eu protesto! Não é verdade o que você diz! É preciso defender o padre!)

E acabava me pondo em pé sobre a cadeira, invectivava o bonequinho “criminoso”, dialogava com ele, tomando a situação muito a sério. Longe estava eu de perceber que aquela minha atitude chamava a atenção não só da platéia como de outras pessoas que passeavam pelo parque. Naturalmente, o dono do teatrinho, vendo que seu público aumentava graças às minhas intervenções, mudava o roteiro da peça a fim de provocar protestos ou aplausos meus. Numa palavra, ele me explorava ao máximo…

Fotos: Arquivo revista
As Tulherias, Paris
Fotos: Arquivo revista
Dona Lucilia em Paris (1912)

Fotos: Arquivo revista

Fotos: Arquivo revista
Wiesbaden (acima) e Berlim (direita) no início do século XX

“Com ?s embates que se levantaram à minha frente, meus olhos se voltaram para Nossa Senhora ”

Arquivo revista \ T. Ring

Arquivo revista \ T. Ring
Nossa Senhora Auxiliadora, São Paulo; Plinio aos 9 anos; na página 13, ele aos 8 anos

Donde uma espécie de repulsa a mim, por causa de minha amabilidade. Acrescente-se a isso a antipatia que alguns me manifestavam por eu ser um aluno que desejava viver na lei da inocência, da pureza e dos preceitos cristãos.

Porém, a ofensiva mais acerba que recebi dos que representavam a Revolução naquele pequeno mundo veio na forma de uma pedrada que me atingiu numa das têmporas. Em se tratando de uma região delicada da cabeça, a péssima intenção de quem a atirou era evidente. E eu percebi que a mão culposa imediatamente se escondeu. Era, ao mesmo tempo, o ódio e o medo, a audácia e a covardia dos que queriam abafar o bem.

Por outro lado, nesse choque me ficou igualmente claro o papel da Igreja, como sendo a alma e a inspiradora da Contra-Revolução, pois era em virtude dos ensinamentos e da moral que ela pregava que eu estava disposto a resistir. E então firmei o propósito: “Avance! Reze a Nossa Senhora, peça-Lhe forças e não tenha medo. Discuta, seja um polemista de primeira ordem, saiba ter os argumentos decisivos, saiba ter a palavra fácil, corrente, que se ouve com agrado. E saiba falar bastante alto, para que os outros compreendam que você exige para si um lugar à luz do sol, e que fala alto porque tem certeza de sua razão. E adiante!”

Arquivo revista
Numa interpretação talvez forçada do português falado no Brasil, o “muito jovem” aplica-se também ao menino. Portanto, essas minhas palavras se referem à época em que eu entrei no Colégio São Luís e se me tornou claro o confronto Revolução e Contra-Revolução. Foi um choque tremendo e um antagonismo que logo se manifestou inteiro. Donde essa espécie de verso definir a minha deliberação de me manter fiel, por toda a vida, às tradições cristãs que eu herdara de um passado glorioso.Decidi-me a lutar pelos restos da Cristandade, até que Nossa Senhora nos enviasse um socorro do Céu. Era o ideal, o meu porvir — que não é somente o futuro, mas um futuro visto na sua abnegação em favor de algo mais elevado que os interesses terrenos — que eu abraçava. Eu teria, por isso, uma existência de luta, de agruras, de privações. Eu o quis, depois de considerar enlevado aqueles restos pelos quais valia a pena lutar. O que, nas minhas sucessivas idades, foi possível ir conhecendo e admirando do passado católico, eu o fiz gradualmente, ponto por ponto. E o fiz com a intenção, pervadida de veneração e ternura, de dedicar-me para evitar que tais restos fossem destruídos e, pelo contrário, que vencessem.

“Quando ainda muito jovem, considerei enlevado as ruínas da Cristandade. A elas entreguei o meu coração. Voltei as costas ao meu futuro, e fiz daquele passado, carregado de bênçãos, o meu porvir.”

Nasce a devoção a Nossa Senhora

Nascia, desse modo, na minha alma, o dom mais precioso que tive na vida, depois do amor ao próprio Sagrado Coração de Jesus: a devoção a Nossa Senhora. Com os embates que se levantavam à minha frente, meus olhos se voltaram para Ela e, conhecendo de perto a sua maternal bondade para comigo, tendo me ajudado em penosas circunstâncias, eu disse para mim mesmo: “Essa misericórdia de Maria me faz desejar unir-me a Ela espiritualmente até o fim de minha vida, e, se para o Céu Ela me levar, passar a eternidade junto ao seu trono de Mãe e Rainha.”

Amadurecimento precoce

Os anos se passaram, e no período em que eu vivi minha adolescência — um adolescente cada vez mais isolado porque desejoso de se manter casto e fiel à Lei de Deus —, o mundo se reerguia dos escombros da Primeira Guerra Mundial.

Então, mais do que em outras épocas, o conceito de progresso continha a idéia de um turbilhão forte, sadio, cheio de esperança, perpetuamente jovem e com impulso magnífico. Não a impetuosidade de uma águia a alçar vôo, mas, literalmente, a de um espiral, de um vento possante que sobe e arrasta todas as coisas consigo para as ebriedades das novas conquistas, dos novos enriquecimentos, dos novos gáudios, de uma via láctea de descobrimentos que estão para ser feitos e que tornam a vida cada vez mais agradável.

Infelizmente, um turbilhão na sua maior parte absorvente e ateu. Confia-se nele, turbilhão, nas suas promessas de que nos dará tudo quanto outrora esperávamos de uma bondade divina, da qual nos esquecemos em favor da pura natureza.

Ora, Maria Santíssima me obteve a graça de desprezar esse turbilhão e confiar na infinita bondade de Deus. Por causa dessa minha oposição ao otimismo generalizado e terreno, tomei um ar de maturidade que excedia de muito a minha condição de adolescente. Lembro-me de que, aos 16 anos, tornei-me funcionário público na Secretaria de Agricultura de São Paulo. De posse de minha nomeação, apresentei-me no local de trabalho. O atendente me recebeu com cortesia:

— Por favor, o senhor preencha esse formulário com seus dados.

Preenchi e lhe devolvi o papel. Quando ele verificou a idade que eu declarara ter, o homem se assustou:

— Não, o senhor está brincando. Não pode ser 16. O senhor tem pelo menos 21 anos! Desculpe-me, mas não posso aceitar esse regristro, se o senhor não me comprovar com sua carteira de identidade. O senhor a trouxe?

— Não, mas eu trago amanhã.

— Então ficamos combinados assim.

“Na luta, no isolamento e na esperança do meu futuro, transcorreu minha mocidade.. ”

Fotos: Arquivo revista
Na página 14: Plinio aos 16 anos; à direita, ele aos 20

No dia seguinte, eu levei a identidade e ele pôde comprovar: “É verdade, o senhor tem 16 anos. Desculpe-me, está tudo certo”. Fez o registro e eu comecei a trabalhar.

Encontro com o ideal católico

Entre os meus 15 e 20 anos, embora eu freqüentasse a sociedade, era muito retraído em virtude de minhas convicções religiosas. Por isso também, havia uma dúvida a respeito do que fazer de minha vida. E assim, no quase isolamento, na resolução de lutar e na alegria — cumpre notar — da esperança do meu futuro, transcorreu minha mocidade. Esperança do futuro, sim, pois era nele que eu me refugiava para enfrentar as oposições do ambiente.

Qual não foi o meu espanto quando, certo dia de 1928, passando de bonde pela Praça do Patriarca, no centro de São Paulo, reparei numa larga faixa estendida à frente da Igreja de Santo Antônio, cujos dizeres eram: “Congresso da Mocidade Católica, de 9 a 16 de setembro. Inscrições nesta praça, prédio tal, número tal”. Pela natureza do anúncio, percebi tratar-se de um congresso de juventude masculina. Fiquei encantadíssimo! “Quem sabe — pensei — existe aí um lugar onde eu me encaixe e escape dessa pressão em que vivo?”

A notícia daquele congresso abria para mim um tão imenso horizonte, que meu primeiro movimento foi de descer e já fazer minha inscrição. Porém, era início de noite e todos os escritórios estavam fechados. Restava-me apenas esperar o dia seguinte, quando então me apresentei no local indicado, inscrevi-me e recebi uma medalha para ser usada durante o evento.

Tal era meu entusiasmo que, na manhã do primeiro dia de reuniões, ao tomar o bonde em direção à Igreja de São Bento, local do congresso, logo que me sentei coloquei a medalha, ostentando-a com ufania por todo o trajeto. Ao entrar na igreja dos beneditinos, fiquei verdadeiramente espantado com o número de moços católicos ali reunidos, muito superior ao que eu tinha imaginado. De fato, acabei descobrindo que num setor de São Paulo, estranho aos meus círculos sociais, havia em formação um grande movimento de jovens católicos apostólicos romanos, praticantes, castos, direitos, sinceros devotos de Nossa Senhora. E eram algumas centenas.

Imediatamente após o congresso, eu me inscrevi na Congregação Mariana de Santa Cecília, uma das mais dinâmicas da época. Tinha início minha dedicação mais efetiva e completa ao serviço da Santa Igreja. Não demorou muito que eu me tornasse conhecido nos meios religiosos, e passasse a ser visto e tomado como um líder católico.

“A coragem deu resultado: no fim do curso, estava mudado o ambiente da Faculdade de Direito ”

Fotos: Arquivo revista
Dr. Plinio com a beca de Bacharel em Direito (pg. 16) e no dia de sua formatura (no meio da foto, ao fundo, sozinho, junto à coluna)

Ação na Faculdade de Direito

Um dos primeiros lances de minha militância católica deu-se no interior da Faculdade de Direito, onde eu estudava. A princípio receoso do ambiente laico e semeado de antipatias contra a Igreja, quando ali me matriculei sentia o coração me bater na garganta. Porém, já congregado mariano, vi que aquela antipatia não era tão agressiva. Fundei, junto com outros congregados também alunos da Faculdade, a Ação Universitária Católica, com seu jornal próprio, o qual distribuíamos na entrada do prédio, no Largo São Francisco. Os colegas aceitavam, agradeciam e passavam. Nenhuma vaia, nenhuma animosidade. Eu pensei: “A coragem está dando resultado”.

Para abreviar, quando se aproximou o final do curso, propus, em nome da AUC: “Queremos que a Missa de formatura seja dentro da Faculdade de Direito. Encarrego-me de trazer o maior orador sacro do Brasil para discursar e presidir a celebração. Mas, tem de ser no interior da Faculdade”.

O reitor e os organizadores da cerimônia concordaram. No dia da formatura, encontrei um altar armado dentro da Faculdade, e uma bancada com cadeiras para os professores. A maior parte destes se apresentou de beca e alguns de rosário na mão, acompanhando a Missa. Com surpresa para mim, na hora da Comunhão, vários de meus companheiros de turma se aproximaram para receber a Eucaristia. O ambiente estava mudado. Eu tinha 22 anos.

(Extraído de conferências em 12/8/1988,

28/1/1990, 5/3/94 e 26/2/1995)

1) Açu e mirim: “grande” e “pequena” em língua tupi-guarani.