Como afirma Dr. Plinio no trecho transcrito abaixo*, na origem de sua vocação contrarrevolucionária encontram-se a luta para manter a inocência, o amor ao Sagrado Coração de Jesus, a Nossa Senhora, à Santa Igreja e à Sagrada Eucaristia.

A ideia de minha vocação começou a se formar a partir de alguns pontos aos poucos reunidos. O primeiro foi a sensação de minha inocência e minha candura, bem como da graça que habitava em mim sem eu o saber. Eu sentia muita graça, muita elevação, muita tendência para realidades extraordinárias e absolutamente superiores. Não era a vaidade de fazer carreira, mas o desejo de outra ordem de coisas metafísica, celeste.

O segundo ponto foi a noção de que todas essas sensações iam se definindo em torno do conceito de Igreja Católica Apostólica Romana, de Nosso Senhor enquanto Homem-Deus, do Sagrado Coração de Jesus e, depois, de Nossa Senhora e da Eucaristia.

Eu entrava na igreja e sentia a presença de Deus. Sentia a virtude, a Santa Igreja Católica, no fundo, o Espírito Santo, alma da Igreja, presente ali. Rezando diante das imagens, experimentava certa comunicação com os Santos por elas representados. Sobretudo rezando ao Santíssimo Sacramento! Eu sentia a presença de Jesus Eucarístico, enormemente! Esse sentir fazia-me ter consolações de caráter específica e nitidamente religioso, por causa das quais eu gostava muito de ir à igreja e me fazia grande bem.

Mais ou menos concomitantemente formei o conceito de combate à impureza. Quando alguns companheiros de infância me revelaram como se dava a perpetuação da espécie humana, suas gargalhadas e atitudes levaram-me a compreender o mal da impureza discernida em seus espíritos. Nasceu então em mim um irredutível ódio ao espírito de impureza, considerando-o como sendo o contrário do que se deve ser. A partir desse ódio surgiu a luta que se explicitava na seguinte ideia: “Tempo houve em que o mundo foi como eu. Porém, agora sou um resíduo. Os amigos da impureza são outra coisa. Não quero deixar de ser como sou, custe o que custar. Por outro lado, quero que eles também sejam como eu. Ora, como eles querem me forçar a ser diferente, mas resisto, e quero forçá-los a ser como eu, e eles resistem; o resultado é uma batalha!”

Combatividade, inocência, Eucaristia e Sagrado Coração de Jesus, temas que na presente edição Dr. Plinio demonstra estarem intimamente relacionados entre si, e cuja inter-relação é indispensável para constituir o perfil moral do verdadeiro católico.

* Conferência de 9/7/1988.